NATAL DA MINHA INFÂNCIA
Vai-se perdendo na distância
O natal da minha infância
Dos cantares alegres e divinais,
Aquele presépio, doce magia
Onde o meu olhar se perdia
Missa do galo. natal de meus pais.
Natal de paz e simplicidade
Sem consumismo nem vaidade
Era o natal da minha infância
A lareira e os presentes pobrezinhos
Perfumava de risos os sapatinhos
Aquele Botãozinho de fragrância.
Natal da minha consoada
O lume a crepitar, a mãe afadigada
Com as filhós a bailar na fritadeira
Enquanto lá fora o cepo ardia
Braseiro de calor que a todos aquecia
Noite santa na minha Cumeira.
Natal que eu recordo era assim :
Sem fantasias, sem grandes festins
Sem correrias, sem pedidos ao pai natal
Nem pinheiro tão colorido
Mas Jesus tinha mais sentido
Porque tudo era muito mais real.
Amor, 2002
Maria da Luz Violante