MALDITA MELGA

MALDITA  MELGA


Estando eu a dormir
Um sono bem desejado
Quando ouço forte zunir
Dum insecto malvado.
Com o repouso perturbado
Acendi as luze para ver
Aquela melga maldita
Lá andava ela toda catita
Ás voltas a querer-me morder.
Sem a conseguir reter
Parecia jogar ás escondidas
Eu já com o sangue a ferver
Ah ! Se apanho a valer....
Vai ficar com as asas partidas !
Mas sempre a fugir, a esvoaçar
Troça de mim a safada....
Por não se deixar a apanhar
Agora mais perto da almofada
Prontinha para me ferrar...
Quando vejo tal aberração
Espanto-a com tal sermão
Que deixei de a ouvir....
Talvez ficasse assustada
Pois começava a ficar chateada,
Mas agora finalmente vou dormir
Abafei-me bem com a roupa
 Para não ouvir aquela louca
No caso dela insistir 
Mal tinha apagado a luz
Eis que ouço de novo a bailação:
Ó  minha malvada cruz
Espera que vou dar-te a lição:
Levantei-me novamente
Com a paciência já torrada
Os neurónios a saírem-me da mente
E aquela grande descarada
A rir-se de mim toda contente
Deitadinha na minha almofada
Ah ! melga espertalhona
Minha finória ratona
Que me tiraste do sério
Queres luta ?Então luta vais ter
Que antes de endoidecer
Vou mandar-te para o cemitério
Mas que cobardia a minha ?!
Depois de tanta ladainha
Nem com bombas , nem insecticida
Nem armas de qualquer maneira
Eu sou capaz de tirar a vida 
A esta melga matreira....
Não tendo mais nada á mão
Nem qualquer outra solução
Para este filme tão caricato
Já que não saiu da minha beira
Deixei aquela pirata prisioneira
E eu é que fugi para outro quarto.

Amor,  25- Julho
Luz Violante