Poema escrito numa época em que estive hospitalizada
APRISIONADA
Reclusa deste castelo assombrado
Que mais parece um jardim de agonias
Meu corpo doente, amedrontado
Vê passar tão lentamente
As noites, as horas e os dias .
Assim distante das alegrias
Nesta tormentosa prisão
Eu olho á minha volta
E só vejo andar á solta
Os fantasmas da minha imaginação
Começo então a flutuar
No sonho da ilusão
Por isso não vou mas rodar
Neste constante desfiar
Das longas horas sombrias
Vou cortar as algemas
E mesmo sem asas nem penas
Fugirei pela porta das fantasias
Tentarei viajar, sem nunca parar
Em busca de melhores dias
Se não os encontrar
Irei mais longe procurar
Irei mesmo ao tempo sem distância
Em que respirava saúde
Na minha bela juventude
E na minha tão doce infância
Depois de viajar no passado
Acorrento as ilusões desfeitas
Regresso ao castelo assombrado
Com meu corpo reanimado
Porque já não existem maleitas.
Coimbra, 98
Maria da Luz Violante
2 comentários:
Pois é minha linda. Quem dera saber traduzir tudo aquilo que senti nas diversas vezes em que estive nesse castelo acorrentado...mas enfim, nem todos tem esse dom. Eu fui visitar-te ao castelo...
Obrigada princesa por me leres.... É assim: eu escrevo e tu falas, Ok, estamos kites ! Eu jamais esquecerei quem me visitou..... Beijocas
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