Olá amizades !

Criei este blogue "Os meus Retalhos " para mim,

para ti,

Para os amantes da poesia.

Cada retalho é um elo de ligação á amizade.

Por isso, podes te unir, ler..... e se gostares,

ficarei feliz.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

LIBERTAÇÃO

LIBERTAÇÃO

Chamei por ti...
Quase em silêncio, bem baixinho
Para não acordar o sonho que vivi
Onde ficou suspenso meu carinho.
Chamo por ti...
Desde a direção em que te vi
E minha mão da tua desprendi...
Mesmo sabendo que te chamo em vão
Minha alma faminta de atenção
Arde num fogo profano,
Mergulha num mar de fantasia
E eu chamo e não reclamo
Ao escrever-te na minha poesia.
Chamo por ti...
Quando estou só por aqui...
E neste meu chamamento 
Mesmo sabendo que é em vão
Eu vejo-te voar como o vento
E pouco a pouco te vejo sumir
Para lá da minha limitação...
E como podes tu ouvir
Se te vejo cada vez mais longe
Se te chamo e não respondes
Como posso chegar á imensidão
Desse mar aonde te escondes ?!...
Chamo por ti...
Das avenidas da minha divagação
E no sonho a estrela que eu segui
É mistério na minha razão,
É miragem no meu deserto
Ao ver-te tão longe e tão perto
No meu mar em turbilhão...
Mas depois de tanto navegar
Se eu voltar de novo a chamar
Eu sei que alguém me vai ouvir
Vai estender-me a mão
Com um lindo poema de libertação
E eu vou finalmente sorrir...

Amor, 14, Maio, 2015
Luz Violante

terça-feira, 30 de julho de 2013

AS FAIAS



Respirando a suavidade das açucenas
Olho as faias esguias, enormes
Tão aprumadinhas, uniformes
Tão calminhas e tão serenas...
Nem uma brisa de vento as faz bailar,
Tão silênciosas me fazem pensar:
Será que estão em retiro, em novenas ?
Seus braços longos,estendidos
Parecem suplicantes, ao céu ergidos;
Serão salmos, serão preces em oração ?
Talvez estejam a Deus louvar,
Talvez estejam a exaltar o perdão?!
Por quem não sabe rezar
Por quem não ama o seu irmão.
Por quem vive em total desamor,
Por quem vive em constante desunião,
Por quem vive mergulhado na dor...
Talvez rezem pelos desprotegidos,
Pelos que vivem na tristeza, na solidão,
Pelos jovens sem esperança, desiludidos,
Num futuro,sem um raio de sol, sem um clarão, 
Pelos que são humilhados e injustiçados,
Por tantos e tantos desempregados,
Por tantas e tantas mesas sem pão...
Também minha alma se eleva e implora;
Por quem vive á deriva e na luxuria,
Por tanta revolta e tanta fúria,
Por quem sofre, por quem chora !...
Olho as faias de braços estendidos
Tão longos, tão esguios, ao céu erguidos
A quererem tocar o espaço, o infinito
E nesta minha visão eu medito
Renovo a minha oração, a minha prece
E enquanto no silêncio ao céu eu grito
Uma lágrima pelo meu rosto desce...
Serenei meu coração e o meu espírito
E um raio de luz por entre as faias aparece.

Amor, Dezembro, 2012
Maria da Luz Violante

segunda-feira, 29 de julho de 2013

AGROAL


                                                                                    
Neste domingo ao entardecer
O casal amigo Fatica e Zézito
Levaram-nos a passear e a beber
O que a natureza tem de bonito.
Entre arvoredos e enormes pedras
Corre um rio de águas cristalinas
Nas margens há graciosas piscinas
Que jorram água em pequenas quedas

Ao ver a pequenada nadando felizes
Fui tecendo sonhos sem distância
Também nós brincamos com a infância
E fomos risos alegres e fomos petizes.
Continuando amigos de verdade



Vamos bordando com nossos dedos 
O convivio, o elo da nossa amizade
Derrubando barreiras e rochedos.
Agroal de serras,cantos e recantos
Que confronta o castelo de Leiria
Beleza singela, de raros encantos
Agroal que me fizeste cantar poesia.


Amor,  14, 7, 2013
Maria da Luz Violante

         

domingo, 28 de julho de 2013

CONTEMPLAÇÃO


Absorta olhando o mar
Eu penso e fico a meditar
Na beleza, na  imensidão,
Nos mistérios do seu poder
E sem conseguir compreender
Louvo a Deus por tão poderosa
                                      criação.
Perscruto as ondas a bailar
E eu penso e fico a pensar
Nesse constante movimento
Vagas a diminuir e a crescer
E o meu olhar se perde sem se ver
No meu tão confuso pensamento.

E e o que penso meu Deus, sem olhar !
Na onda que em mim ondeia sem parar
Até que os meus olhos começam a ficar
                                                     baços 
E já mal distingo o meu olhar
Lá longe flutuando no alto mar
Enquanto me envolvo nos seus liquidos
                                                  abraços.
Em silêncio me ponho a escutar
E já não penso nem fico a pensar
No que o mar canta na sua estranha melodia
Não importa que seja choro ou rugido de leão
Para mim será sempre riso ou canção
Que me embala e me faz viver poesia.

Praia do Pedrógão, Julho de 2003
Maria da Luz Violante






quinta-feira, 25 de julho de 2013

O BAILADO BAILADO DAS LETRAS

O BAILADO DAS LETRAS


Quando as letras...
Começam a bailar dentro de mim;
E a quererem saltar cá pra fora ,
Eu danço com elas uma música sem fim
E dou-lhes uma nova aurora.
Mas áquelas que ficam timidamente
No silêncio do meu recondito jardim ;
Eu pego nelas mais cuidadosamente
E dou-lhes a beleza e o perfume do jasmim.
Quando as letras.
Começam a bailar na minha mente;
Inquietas, traquinas, desatinadas
E nostálgicamente a quererem imergir;
Eu dou-lhes a mão carinhosamente
E com as minhas fantasias douradas
Muito alegremente as faço sorrir.
Quando as letras...
Começam a bailar no meu coração;
Românticamente a quererem sonhar,
Com o amor a desdobrar-se em paixão;
Então eu pego neste verbo amar
E fervorosamente  faço uma oração
Para que ressuscite uma bela inspiração
E muito livremente as faço voar
Em verso,em melodia, em canção.

Amor, 15, 7, 2012
Maria da Luz Violante

terça-feira, 23 de julho de 2013

PARAGEM

PARAGEM

Fiz viagem...
Com o deserto me cruzei
Fiz paragem...
E no silêncio me encontrei
Com o mais lindo arrebol
Um fantástico pôr-do -sol
Que deleitosamente contemplei.
Fiz paragem...
Pousei a bagagem
Cheinha de tudo o que é vago
E no imenso lago
O tudo despejei...
Fiz paragem e me encontrei
Na brandura deste lugar
E na margem do lago
Numa rocha me sentei
Para refletir, meditar...
Os meus olhos fechei
Sobre o meu coração me curvei
E senti o infinito dentro de mim
A invadir de paz o meu sonhar
O lago já não era lago
Era um paraíso, um jardim
E ao sentir tão doce afago
Tive a sensação de levitar.
Oh, como é bom parar !...
Sentir constelações de alegria
Vibrando no meu interior
Escutar, falar com a poesia
Inspirada pelo meu Senhor... 
Fiz paragem...
Reforcei a fonte de energia
Peguei na minha bagagem
A transbordar AMOR
E retomei nova viagem.

Amor, 18, 7, 2013
Maria da Luz Violante