MENDIGA

MENDIGA

Tenho fome... Fome de ti...
Da tua paz... Estou vazia !
Ando por aqui  e por ali,
Mas nada encontro,
Nada me sacia !!!
Tenho fome...
Meu coração está faminto
Tenho frio....O teu aconchego
Eu já não o sinto...
Podes olhar pra mim ?
Vês as minhas lágrimas
Não cessam de correr ?!
Eu...não era assim ?!
Era alegre o meu viver !
Porquê a vida é tão cruel ?
Porquê o meu mendigar ?
Eu sou gente....Sou real
Por isso recorro ao papel 
Para nele desabafar....
Mas ele nada me diz
Ele.... não sabe amar!
Mas tu ?!  Tu sim !...
 Podias dar-me um sinal...
Eu sei... só me queres ver feliz
Pois conheces bem a raiz
 A  raiz do meu mal. 
 Tenho fome... Fome de ti...
A esperança fugiu...comigo não dorme,
Não sonha.... Não tem mais sono !...
Vive á deriva, por aqui e por ali
Mas só encontra abandono....
Que fizeste do teu mimar ?
Não falas... não tens palavras
Minha seara já não lavras...
Minhas lágrimas não queres secar ?!
Tenho fome....
Fome do teu pão
De sentir o teu sabor
Aquieta o meu coração
Dá-me por favor
Um pouco de compaixão
Um pouco do teu grande AMOR

Amor , 18,  12,  2016
Luz Violante

GRATIDÃO

Bendita seja a estrelinha
Que meu coração iluminou
E aquela linda florinha
Que minha alma perfumou.
Afastou de mim a nostalgia
Da enorme tristeza me libertou
Para respirar as cores da alegria
E eu quero cantar poesia 
 A quem minhas lágrimas secou
Presente que a fome saciou
Prenda linda na hora certa
Embrulhada num laço que me sorria
Em palavras tão cheias de magia 
Foi para mim a melhor oferta !
Já não ando por aqui ou por ali
Á busca da paz que agora aparece
Já não me perco...  tudo esqueci...
Porque o céu ouviu a minha prece
Já não tenho mais fome.....
Comigo....feliz o sonho dorme
E me inspira a querer brindar
Naquele aprazível local 
Onde se fez sinal...bem real
Do AMOR que se fez AMAR  !!!

Amor,  22, Dezembro,  2016
Luz Violante

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 ALDEIA  DOS  MEUS  RETALHOS

Meu berço....aldeia minha...
Como estás vestida de neblina !
Mesmo assim.... és  rainha
E eu..... Sou a tua menina !!!
Venho a ti.... com tanto frio
Mas tu me teces agasalhos
Feitos de linhas e retalhos
E aconchegas meu coração vazio
Acendes-me a lareira...
E eu me aquieto...fico a olhar
O lume tão vivo, a crepitar 
As labaredas da fogueira
Que não se cansam de bailar !
São tão lindas vê-las assim
Num bailado que sobe e desce
Quando afinal é para mim
Esse bailado que afaga e me aquece.
O calor espanta o frio...
E o meu olhar, o meu pensar
Começa a fervilhar
Num enorme delírio
Naqueles serões da aldeia
As historias bordadas
                   á luz da candeia
Ah ! Como tudo vem á lembrança
Aqueles alinhavos de criança
Aquela abelhinha que eu era
O favo de mel que deliciava
A linda cor da Primavera
Com que eu  me extasiava....
Os irmãos e a brincadeira
O regaço da Mãe... meu ninho
O colo do Pai e tanto miminho
Tudo isto ao quentinho da lareira
Que vai espalhando o seu calor
Dispersando toda a ansiedade
Vai avivando a chama do AMOR
Que está escondido na saudade.

Cumeira, 17, Dezembro,  2016
Luz Violante

QUERO BRINDAR

QUERO BRINDAR

Tenho sede, muita sede...

Dum vinho capitoso e bom....

Que me deixe estonteante
Para cantar em alto som
Pular, dançar no mesmo tom
Mas duma forma palpitante
Podem até fluir.....
Palavras disparatadas....
Que importa ?! Eu preciso de rir
Que o vinho faça explodir
Um fogo ardente em gargalhadas
Se neste mundo estou
E se nasci para ser amada
Então porque não sou ???
Onde está a taça que me embriagou ?
Quero saborear o mesmo paladar
Em movimentos o vinho agitar
Até formar círculos risonhos
É assim que eu quero os meus sonhos !
Envolvidos em paz e harmonia
Quero ser sol...luz...alegria...
E quero elevar a taça e brindar
Ao raiar dum novo dia
E ao amor que me ensinou a AMAR !!!

Amor, 11,   12,  2016

Luz Violante

SONHO DE AMOR

SONHO  DE  AMOR

Com a minha amiga saudade
Um encontro marquei
Sem pensar em tempestade
Inventei asas e voei
Seguindo meu ponto cardeal
E por ser tão especial
Sem medos tudo ultrapassei....
Vesti a saudade de atrevimento
Nesse lindo entardecer
Eu só queria viver...viver...
Soltar meu sentimento....
Quando o vi  me aproximei 
De coração aberto mas ansioso
Logo seu corpo trepei, pulei
Até ficar presa ao seu pescoço.
Abraçamo-nos doidamente
Olhama-nos demoradamente
Beijamo-nos intensamente
Em perfeita cumplicidade
Até me esquecer da saudade
Eu só queria amar simplesmente
Até fecundar intimidade
Num amor lindo, puro verdadeiro
Cheio de docilidade, tão risonho
A transbordar felicidade do meu peito
E por todos os poros do meu sonho.
Deste sonho de amor acordei
E comigo a meu lado a saudade
Abracei-a e com ela tanto chorei
Por ser tão cruel a realidade

Amor,  6,  Dezembro,  2016
Luz Violante

O MAR

O  MAR


Não te abeires de mim por favor
Hoje não sou beleza nem sublime
Sou um vulcão aterrador....
Minhas ondas se agitam furiosas
Se espraiam de raivas espumosas
Hoje não sou bonança....
Não tenho a doçura do amor....
Estou exaltado,turbulento
Não escutas o grito do vento ?
Não te abeires de mim, 
Não te aproximes....
Não quero que te oprimes
Eu hoje não sou festim.....
Amanhã ?
Serei  cordeirinho
Poderás aproximar-te,
Serei mansinho....
Poderei até cantar bem baixinho
Embalar-te nas minhas águas
Dar-te -ei o maior carinho
Levarei para bem longe as tuas magoas
E finalmente arrancarei o teu grande espinho.


Amor , 2 de Dezembro de 2016
Luz Violante