Quantas vezes o viver
É atropelado por ver
Tantas histórias de sofrimento
E não é somente a dor
De quem não tem pão como sustento
Ou para quem a vida é espinho
Sem colher a flor
Dor da saudade por quem partiu
Do aconchego do lar, do calor humano
De ver o sem abrigo que fugiu
E por qualquer razão escondida
Talvez por tanto desengano
Se refugiaram em mendigos da vida.
Dor, de frieza sem complacência
A porta dum emprego fechou
Ignorando a frustração....a existência
Dum sorriso de esperança que se apagou.
Dor... não é simplesmente ver
É sentir na alma e sofrer
Os embates da vida, tragédias, queimadas....
O terror das doenças condenadas
Tanta gente a morrer !...
Meu Deus !...O mundo é um horror !
Mas sofrimento também é ver
Casais de costas voltadas
Onde impera a rotura do AMOR...
Vão coroando o lar com solidão
De pés e mãos algemadas
Como se vivessem numa prisão....´
Dor, é também
Não ter Pai , não ter Mãe
É ter os sentidos activos e não poder agir;
Ter palavras e não poder falar;
Ter ouvidos e só o silêncio escutar;
Ter cama e não conseguir dormir;
Ter olhos e o seu bem maior não poder olhar;
Viver o longe sem estreitar a distância
Ter braços e não poder abraçar
Para sentir o odor dessa fragrância
Ter carinho sem poder mimar
Ter coração sem poder AMAR
Meu Deus ! Tanta dor nesta desfilada !!!
Não quero mais ver e sofrer....
Não quero mais saber....
Só quero que a dor vá de abalada....
Amor, 31, 1, 2018
Luz Violante
